Blogagem Coletiva contra o analfabetismo
Oi pessoas, fé em Deus e pé na tábua.
Geórgia tutelar do Saia Justa teve a idéia de unir forças e opiniões diversas nesse 18 de abril de 2008, para discutirmos e propormos soluções para acabar com o analfabetismo no Brasil. Nunca participei de uma Blogagem coletiva, esta é minha primeira vez e estou participando porque um dia Galileu pensou que a Terra girava em torno de Sol e acabou condenado, sorte a minha viver em uma época que tenho liberdade para pensar.
Sobre o assunto eu fico me perguntando: Será que falta de oportunidade?Seria falta de vontade?Seria preguiça? Onde está o problema??
Haveria um culpado? - O governo, a sociedade, o FMI ou o sistema?bons candidatos.
Perguntas, perguntas e perguntas, mas nada de respostas.
- Pergunto ainda: O que eu faço e o que você faz para acabar com o analfabetismo?
Eu em particular até acho louvável as pessoas que querem ensinar alguém o be-a-bá, como uma pessoa pode viver sem conseguir ler? não pega ônibus, não vai ao supermercado...mas...(sempre temos um mas...)
Primeiro eu acho que ser alfabetizado, não se resume a apenas saber ler e escrever. Vai alem disso, É a capacidade de entender, de ter visão e senso crítico, de discernir, de ir contra e ir de encontro. Eu fico intrigada como nós brasileiros estudamos História e gramática desde os 7 anos de idade e não conseguimos dissertar sobre o tema numa com facilidade num debate!!! debate??que debate? onde se viu debater alguma coisa??
Minhas idéias:
1- precisamos mudar a forma como a educação básica é abordada. Poderia passar por uma profunda reforma. Tudo é muito teorizado, precisa ir mais para a prática. Porque a maioria da gurizada detesta matemática? - vocês já viram como se ensina matemática? É a tradicional forma decora a regra e aplica. Porque não se explica onde é possível aplicar e qual é o objetivo de estudar matrizes e regra de três, por exemplo?
2- Estudar: é preciso parar com esse negócio de ler e estudar por conta da prova ou porque isso pode cair no vestibular ou no concurso, isso força a barra e diminui a vontade de aprender.
3- Acabar com esse lema de achar que a pessoa precisa ir pra escola, estudar por que com diploma você conseguirá arrumar um emprego ou melhorar o salário, pode passar em um concurso e etc, por que só se recebe bolsa família se as crianças estiverem na Escola. E onde entra o “aprender”?O prazer em estudar? O querer?
Porque estou falando tudo isso?
Por que se fala muito em abrir vagas e aumentar o número de matrículas nas Escolas, reduzir a evasão escolar. Tudo se resume em ir pra escola. Vamos entupir as salas de cadeiras e pentelhos ou gente de mais idade que não teve sua oportunidade!!!!! E aí os “intelectuais” ainda enchem as escolas com computador, afinal estamos na era da globalização não é mesmo??????
O que acontece? Perde – se o interesse e o prazer em estudar. Meus pais nunca estudaram. Sabem ler e escrever muito pouco, mas não sentem prazer em estudar na escola, só conseguiram ir por duas semanas. Minha mãe falou que sabe fazer o nome dela e sabe a tabuada e que nessas duas semanas ensinaram eles a fazer as vogais, desenhando em cima da mesa. Que lindo!!!é o Brasil alafabetizado, todo mundo na escola!!!
A maior parte dos meus estudos eu fiz porque eu queria aprender alguma coisa, por que eu tinha prazer em descobrir algo. Estudava e lia pela descoberta, com 16 anos queria ler Shakespeare, mas não tinha na Escola, estudei por vontade própria, por que eu queria fazer a diferença. O dia que comecei a estudar porque eu precisava concluir logo os estudos, ter o “diploma” e um cargo em uma repartição, ou empresa, comecei a falhar aulas, decorar os conceitos, a copiar e colar. O espírito crítico se perdeu no meio de tantas vontades de se adequar ao dito como “sucesso”.
Nesse momento eu perdi o interesse por descobrir o que estava por trás de uma teoria, a partir daí, teorias viraram teorias e o que está escrito nos livros está escrito e ponto.
O que vejo é isso, muitas pessoas sem interesse, muitos interesses em jogo, e o mais importante, o interessante de verdade, foi substituído por um relatório estatístico com médias e percentuais que no fim resulta ou não em verbas para falsos intelectuais aplaudirem.
Complexo, como diria Inagaki, pensar enlouquece.
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